sábado, 20 de setembro de 2014

Da resistência silenciosa de um pequeno número

Da resistência silenciosa de um pequeno número

Texto não assinado, extraído do blogue “Legião Vertical

Palavras do Mestre Julius Evola “dirigidas aos Legionários”:

«Apenas conta, hoje, o trabalho daqueles que se sabem manter no cume: firmes nos princípios; inacessíveis a todo o compromisso; indiferentes perante as febres, as convulsões, as superstições e as prostituições, ao ritmo das quais dançam as últimas gerações. Apenas conta a resistência silenciosa de um pequeno número, cuja presença impassível de “convivas de pedra” permita criar novas relações, novas distâncias, novos valores, para criar um pólo que, não impedindo, é certo, este mundo de desenraizados e agitados de ser o que é, permitirá, todavia, transmitir a alguns a sensação da verdade, sensação essa que será talvez também o despoletar de alguma crise libertadora.» Camaradas, cada vez é mais difícil mantermo-nos fiéis a determinados princípios. Nunca antes tinha a estupidez assumido tantas formas como as que se apresentam na actualidade: desde o maltrapilho ao executivo; do varredor ao político; do subordinado ao subordinante; do aluno ao professor; do operário ao patrão… eles conseguiram, institucionalizaram a estupidez e tornaram-na atraente. Mais, ela é um objectivo a atingir. Escolhe o caminho certo e serás estúpido! Este poderia ser um dos lemas do mundo moderno. Estúpido mas informado, dirão alguns. Sim informados de toda a estupidez!

O que é que realmente nos revolta neste mundo moderno? Poderíamos escrever páginas cheias de coisas de que não gostamos e não ficaríamos saciados. Da mesma forma que é assinalada quase diariamente uma nova doença psiquiátrica para somar ao volumoso calhamaço dos doutores norte-americanos, sempre desejosos de anotar e catalogar os últimos efeitos da modernidade no cérebro humano, também nós teríamos diariamente uma nova crítica a acrescentar.

Evola fala-nos de uma sensação de verdade, talvez o princípio ou a chave para despoletar uma crise libertadora. Gosto de pensar nesta sensação como um pequeno satori (lembram-se do Zen?), que devemos procurar, alcançar todos os dias aquando dos breves momentos de introspecção ou em “meditação formal”. Analisando o que nos rodeia, poderemos dizer deste mundo moderno: – Estou presente mas não te pertenço, é difícil mas agora que a “crise da verdade” se instalou em mim eu não me vou deixar corromper. Até aqui eu estava cego, tinha desculpa, agora senti essa sensação, já não te pertenço.

Diziam-nos os filósofos estóicos que a melhor maneira de ensinar era fazer da sua vida um exemplo a seguir. Este é um bom princípio para pormos em prática entre nós como irmandade que somos, pois partilhamos a mesma “sensação de verdade”. Mas lá fora a atitude a tomar deverá ser um pouco mais reservada, pois a luz do mundo moderno não é a nossa mas sim uma lâmpada psicadélica que embriaga e confunde.

O nosso objectivo é instalar a dúvida, não caindo no erro do prisioneiro da Caverna de Platão que viu a Luz e com a ansiosa bondade de A mostrar aos outros prisioneiros caiu no ridículo e foi condenado por aqueles a quem queria ajudar.

Avé!

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